"Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para..."
Citando desabafos antigos, repito (como dentro de mim) as traduções, ainda perfeitas, dos sentimentos do passado que ecoam meu presente e, muito provavelmente, do que ainda vou sentir, algum dia, no futuro.
23.07.06
"Ando precisada das exclamações da vida. Tão banal, tão mesmo o que eu vivo."
24.07.06
"Acontece também que eu tenho essa intensidade. Essa vontade louca de tudo. De ter e ser. De fazer, acontecer. De sentir tudo o que está no mundo. E nele. E em mim. E nos outros todos."
25.07.06
"E o que faço de mim, se não morrer de sentir? E sentir não é sinônimo para sofrer. É só sentir. Na mesma proporção o bom e o ruim(talvez mais o bom que o ruim), as estranhezas da vida.
E não reclamar.
Acho que ando escutando essas vozes porque reclamei. Reclamei da angústia de não ter com quem sentir.
Reclamei, porquê?
Sentir, a gente sente sozinho."
19.08.06
16.10.06
"Por que ainda pulsa?...fincando dentro de mim: não contunde, mas faz-se sentir insuportavelmente.
Não sinta que lhe devoto tamanha atenção e que eu seja assim tão permanentemente altruísta, pensando no bem que faria a você fazendo um bem-mal (tão mais mal que bem) a mim..."
Não sinta que lhe devoto tamanha atenção e que eu seja assim tão permanentemente altruísta, pensando no bem que faria a você fazendo um bem-mal (tão mais mal que bem) a mim..."
20.11.06
"Eu saio brutalmente dividida (Veja bem que eu não consigo passar inteira por essa porta!): certamente uma parte de mim vai seguir em frente, contudo, ah! meu amor!, tantos poréns me deixam presa nessa imensidão, nesse dilúvio intenso de lembranças que formam essa casa onde tenho te encontrado tão pouco...
Uma parte de mim fica perdida nessa casa grande e assombrada por você. (Talvez eu fique vagando pelos quartos à sua espera...) A outra parte passa por essa porta hoje e está aqui no portão, deixando este testemunho e um recado:
Caso algum dia você decida sair dessa casa-solidão e chegue ao portão, leia essa carta com o coração terno. Saiba que pode abandonar a minha parte que está aí dentro e esquecê-la. Pode também procurar por mim aqui fora, por essa parte minha que agora anda presa ao vento e segue em mim: é a minha melhor parte e é, em pura verdade, a parte que um dia lhe dei e restituo neste exato momento.
Tenho de volta a minha alma."
Uma parte de mim fica perdida nessa casa grande e assombrada por você. (Talvez eu fique vagando pelos quartos à sua espera...) A outra parte passa por essa porta hoje e está aqui no portão, deixando este testemunho e um recado:
Caso algum dia você decida sair dessa casa-solidão e chegue ao portão, leia essa carta com o coração terno. Saiba que pode abandonar a minha parte que está aí dentro e esquecê-la. Pode também procurar por mim aqui fora, por essa parte minha que agora anda presa ao vento e segue em mim: é a minha melhor parte e é, em pura verdade, a parte que um dia lhe dei e restituo neste exato momento.
Tenho de volta a minha alma."
12.12.06
"Eu te escreveria dizendo outra vez quão bonito você ainda é em mim. Ou até mesmo de como nossos sonhos ainda me perfuram e se fazem de todo apenas meus.
Eu te diria tudo isso, sem me desconfortar com a sua ausência. E te diria mais: eu diria que eu me acostumei em te ter. Longe.
E eu só escreveria porque ainda sou você. Sem querer e, mais uma vez, você."
Eu te diria tudo isso, sem me desconfortar com a sua ausência. E te diria mais: eu diria que eu me acostumei em te ter. Longe.
E eu só escreveria porque ainda sou você. Sem querer e, mais uma vez, você."